Quando terminei de ler À sombra do meu irmão – as marcas do nazismo e do pós-guerra na história de uma família alemã, não comecei outro livro como normalmente costumo fazer.
Sempre quis saber como os alemães conseguiram refazer suas vidas, e transformar uma mortífera máquina de guerra em uma nação economicamente poderosa e pacífica.
Que justificativas poderiam dar às barbaridades cometidas durante a segunda guerra mundial? Como superaram a ressaca moral de todo um povo?
Recentemente li uma matéria no jornal O Globo comentando que muitos alemães cometeram suicídio, apavorados com o futuro incerto que os aguardava, e temorosos de serem tratados pelos vencedores da mesma forma como haviam tratado os judeus. Só em Berlim, mais de seis mil pessoas se suicidaram nos últimos dias da guerra *
Uwe Timm autor de À sombra do meu irmão, ao escrever sobre a própria família, fala na verdade de toda a nação.
Com a derrota, os alemães assistiram a nova geração criticá-los e assimilar rapidamente a cultura dos vencedores.
Uma ofensa àqueles que acreditavam terem sido os eleitos para conquistarem o mundo, que acreditavam pertencer à raça escolhida.
Em relação ao genocídio cometido contra os judeus silenciaram ou disseram não saber o que estava acontecendo. Quanto à destruição que provocaram em quase toda a Europa adotaram a postura de vítimas. Eles também sofreram enormes baixas humanas e suas cidades foram ferozmente bombardeadas pelos aliados.
Gostei tanto de À sombra do meu irmão que, ao terminar de o ler, não emendei com outro livro, nem o guardei na estante. Simplesmente o reli.
- À sombra do meu irmão – as marcas do nazismo e do pós-guerra na história de uma família alemã
Uwe Timm
Editora Dublinense
R$ 34,90
E-book R$ 18,90
* O Globo (sábado 14/03/2015) Histeria de uma nação – Livro revela que suicídio de Hitler e Goebbles não foi fenômeno restrito à cúpula nazista. O´livro “Kind, versprich mir,dass du dich nicht erschiesst” foi escrito pelo historiador Florian Huber e pode ser traduzido livremente como “Criança, prometa que não vai se suicidar”
mar 17, 2015 @ 18:00:42
Parabéns pela resenha e pela escolha dos livros. Mais uma vez, um tema forte e carregado de informações históricas….
mar 17, 2015 @ 22:02:56
Ler é um grande prazer que tenho na vida, mas estou descobrindo outros, como trocar impressões sobre leituras com quem também gosta de ler.
Obrigada por seu comentário 🙂
mar 18, 2015 @ 16:48:03
Gostei do enfoque dado ao assunto. Parece ser uma leitura interessantíssima.
mar 19, 2015 @ 21:33:40
E é mesmo.
Como conviver com: “eles não sabiam porque não queriam ver, porque olharam para o outro lado. É daí que vem a sempre reiterada justificativa: Nós não sabíamos. Desviaram o olhar.” ?
abr 05, 2015 @ 00:49:46
Resenha das boas. Me deu curiosidade. O livro entrou pra minha lista
abr 05, 2015 @ 14:23:22
Recomendadíssimo, não vai se arrepender!